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Desertificação evidente na Ilha do Pico

 

Neste Seio de Abraão, virado a São Jorge e à Terceira, a paz e o silêncio convidam à reflexão. De vez em quando, passa uma carrinha ou um casal de estrangeiros, raramente um idoso arrimado ao bordão, convivendo todos com a paz desta deliciosa e relaxante Engrade.
As estimativas provisórias da população residente do INE - Instituto Nacional de Estatística, recentemente divulgadas, vieram confirmar o que a paisagem humana confirma a olhos vistos: há uma constante diminuição da população. De 2007 para 2008, o concelho das Lajes do Pico, que no censos de 2000 tinha mais população que o Madalena, tem apenas 4.681 habitantes e o grupo etário entre os 15-24 anos, é inferior ao dos 0-14 anos; um quarto da população tem mais de 65 anos. É o declínio populacional confirmado na maior perda de população registada nos 19 concelhos do arquipélago.
A segunda maior ilha dos Açores já não tem 15 mil habitantes. Dá que pensar e deve ser motivo de preocupação para os responsáveis e governantes. A continuar esta tendência que, apesar de tudo, beneficia o concelho da Madalena, com 6.316 habitantes, há que reflectir, seriamente, sobre os investimentos públicos na lógica do custo/benefício, sobre os efeitos negativos da deslocalização de serviços públicos na transferência das populações jovens... sobre o futuro da Ilha.
O visível e constante envelhecimento da população da Ilha do Pico, origina o abandono dos jovens, o desaproveitamento agro-silvo-pecuário e o abandono de áreas frutícolas e vitivinícolas tradicionais e com histórico prestígio.
Menosprezar esta evidência é abandonar os picoenses à sua sorte e abrir-lhes as portas da emigração, como aconteceu nos finais do século 19, nas década de 20 e de 60 do século passado e está acontecendo agora com os jovens licenciados que nas cidades ex-capitais de distrito se vão fixando e valorizando o mercado de trabalho com as suas qualificações. É o círculo vicioso da miséria que favorece os países e zonas mais ricas e desertifica as terras mais pobres!...
Triste sina a nossa que não permite que descolemos do estádio de crescimento a que temos direito e que julgávamos poder atingir, como os demais!
Neste período de Verão, a Ilha revê os seus filhos que, gostosamente, regressam por uns dias; mas passadas as festas, abalam, de novo para as terras de migração: Faial, Terceira, São Miguel, Continente, Estados Unidos e Canadá. Vão sempre com vontade de ficar, mas partem, e a ilha vai envelhecendo e morrendo, entre uma floresta fértil de faias e incensos, de lourais e canaviais, de cedros e pau branco, de silvados e infestantes que vingam nos antigos milheirais, nas terras do mato e nos currais de vinha.
Esta é uma questão séria que, neste tempo pre-eleitoral deve fazer reflectir candidatos a autarcas para lhe darem resposta eficaz nos programas eleitorais. Sob pena de, mais ano menos ano, termos autarquias a mais, e o Estado impostos a menos.

 

 

 

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